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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tragédia com Fokker 100 da TAM faz 15 anos

Acidente que matou 99 pessoas em uma rua do Jabaquara fez surgir associação pioneira de vítimas e mudar valor de indenizações


Há exatos 15 anos, um Fokker 100 da companhia aérea TAM caía em uma rua do Jabaquara, na zona sul. Além de matar 99 pessoas e deixar um rastro de destruição, o acidente com o voo 402 abriu, da pior maneira possível, série de precedentes que mudaria totalmente os parâmetros judiciais para indenização de parentes. Também fez surgir a primeira associação de familiares de vítimas de acidentes aéreos do País.


"Quando houve o acidente com o Fokker 100, algumas famílias procuraram até advogados americanos. Ninguém sabia direito como tratar", conta a advogada Regina Prado Manssur, que conseguiu judicialmente que as indenizações pelo acidente entrassem na abrangência do Código de Defesa do Consumidor, criado seis anos antes do acidente. "Um fato triste que foi um ganho para a Justiça brasileira."






Na época, o valor do seguro obrigatório que a companhia aérea tinha de pagar para familiares de vítimas em casos como esse era de R$ 14 mil - nos Estados Unidos, o valor é de U$ 120 mil; na Europa, de 130 mil. Em 2009, a Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapava) conseguiu na Justiça aumentar o seguro para R$ 41 mil.


Foi uma das primeiras conquistas da associação criada pela secretária executiva Sandra Assali, que naquela manhã de 31 de outubro de 1996 começou o dia deixando o marido no Aeroporto de Congonhas para uma viagem de trabalho. José Abu Assali foi uma das vítimas do Fokker 100 que decolou com destino ao Rio, mas, minutos depois da decolagem, caiu na Rua Luís Orsini de Castro.


Em meio ao sofrimento, Sandra resolveu engajar-se. Montou a Abrapava, primeira associação do gênero no Brasil, que acabou servindo de referência a outras que surgiriam após a sucessão de acidentes aéreos no País: Associação dos Familiares das Vítimas do Voo Gol 1907 (em 2006), Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM 3054 (em 2007), Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447 (2009).


Famílias que sofreram as dores do mesmo acidente que ela, o de 1996, se dispersaram. Mas Sandra acabou se aproximando de outras que apareceram. Foi para Manaus quando houve o acidente da Gol, esteve em Congonhas no segundo acidente da TAM e viajou para a França depois que famílias de lá ligaram pedindo ajuda na tragédia da Air France.


"É muito sazonal. Às vezes estou em contato com 300 famílias, às vezes com 50. A verdade é que depois que a coisa é resolvida muita gente não quer mais ouvir falar do assunto", conta. Sandra tem "fixas" na associação mais quatro famílias de vítimas de acidentes diferentes e mantém "correspondentes" em cidades como Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Rio. "Quando tem acidente, por menor que seja, a gente se coloca à disposição para atender."


Moradora de Moema - com vista para o Aeroporto de Congonhas da varanda -, ela é mãe de dois filhos, de 19 e 22 anos. "Na época (do acidente com o marido), o mais velho, com 7 anos, sofreu muito. A mais nova só foi entender anos depois." Sandra chegou a abrir um brechó depois da tragédia, mas parou quando começou a viajar muito por causa da associação - deu palestra até em Washington.


Cenário da tragédia


A cerca de 2 km de Congonhas, a Luís Orsini de Castro - onde três moradores morreram - continua sendo rota dos 34 aviões que seguem a cada hora rumo a Congonhas entre 7h e 23h, todos os dias. E voam "baixo demais", nas palavras de Lourival Silva Santos, de 54 anos. Se bem que isso não preocupa o dono do bar na rua. "Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Nem avião, né?", brinca.


Poucos vizinhos da época do acidente com o Fokker 100 ainda vivem por ali. Mas, no único mercadinho da rua, Regina Aparecida Paulino, de 58 anos, mostra uma foto do dia fatídico. É do pai dela, Madu Paulino, já falecido, na época dono de uma oficina que funcionava onde hoje é o mercadinho.


A foto mostra Madu olhando para carros carbonizados pelo fogo que tomou a rua. "Eu não morava aqui, mas vim ajudar as pessoas, levar para o hospital", conta Regina, enfermeira aposentada. Seu filho, Renato Paulino, à época com 18 anos, estava na rua na hora do acidente. "Só lembro de um rastro enorme de combustível que o avião foi soltando antes de cair. Ficou tudo preto", conta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Nataly Costa - O Estado de S.Paulo

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

KC-390 - Indústria nacional deve participar do projeto do novo cargueiro




Novo avião deve gerar 12.600 empregos e até US$ 20 bilhões em exportações para o Brasil

















Está previsto para 2014 o voo inaugural do KC-390, novo avião de transporte que a EMBRAER desenvolve para a Força Aérea Brasileira e que já possui intenções de compra de outros cinco países. A aeronave vai cumprir missões de transporte e de reabastecimento em voo, entre outras.

Benefícios econômicos e incentivo às empresas nacionais estão no foco do projeto. "Uma das premissas fundamentais do projeto é que seja priorizada a indústria nacional", explica o Tenente Coronel Sergio Carneiro, gerente do projeto do KC-390.

As oportunidades para as empresas brasileiras foram apresentadas em um seminário realizado (19/10) no Parque de Desenvolvimento Tecnológico de São José dos Campos (SP). A prioridade é favorecer as empresas brasileiras nos contratos para o fornecimento de itens que podem ser fabricados no Brasil. "Tudo aquilo que a indústria brasileira puder fornecer nós iremos incentivar", afirma o Tenente Coronel Carneiro.

Os itens vão desde a blindagem até armários, equipamentos de apoio em solo, escadas, cozinha de bordo e a estrutura necessária para a linha de montagem. Na programação do seminário, a EMBRAER e o Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA) apresentaram as oportunidades do projeto. Em seguida, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Centro para a Competitividade e Inovação para o Cone Leste Paulista (CECOMPI) esclareceram sobre linhas de financiamento e outras formas de apoio que podem ser oferecidas para as empresas que ingressarem no projeto.

“A mobilização e o fortalecimento de toda a cadeia produtiva nacional, em consonância com as medidas governamentais refletidas na Estratégia Nacional de Defesa e no Plano Brasil Maior, têm sido foco da FAB e da Embraer desde o início deste programa”, disse Luiz Carlos Aguiar, Presidente da Embraer Defesa e segurança. “Com o apoio de diversas entidades públicas e privadas, temos envidado esforços conjuntos para estimular e viabilizar a participação de empresas brasileiras como fornecedoras do KC-390.”

Paralelo ao incentivo às empresas brasileiras, o projeto do KC-390 também envolve indústrias estrangeiras, que vão fornecer equipamentos que ainda não são fabricados no Brasil, como turbinas e o radar. Nesses casos, serão assinados acordos de Off-Sets, compensações econômicas para o Brasil por meio de parcerias dos estrangeiros com empresas nacionais que são beneficiadas, por exemplo, com transferência de tecnologia.

Desenvolvido para substituir o C-130 Hércules, aeronave de transporte militar atualmente utilizado em mais de 90 países, o KC-390 já possui 28 intenções de compra da Força Brasileira e também do Chile (6), Colômbia (12), Argentina (6), Portugal (6), República Tcheca (2).

Com 35,20 metros de comprimento, 12,15m de altura, 35,05m de uma ponta da asa à outra e 81 toneladas de peso máximo, o KC-390 é a maior aeronave já projetada no Brasil e terá que aliar características como voar a até 850 Km/h, levar até 23 toneladas de carga e pousar em pistas curtas, como na região amazônica e até na Antártica. Entre as principais missões do jato estarão o transporte de cargas, lançamento de paraquedistas, reabastecimento em voo de aviões e helicópteros, busca e resgate, combate a incêndios florestais, lançamento de cargas em voo, transporte de tropa e evacuação de feridos.


O compartimento de carga poderá levar 80 soldados ou 64 paraquedistas ou ainda 7 pallets de carga. Em configuração para resgate de doentes ou feridos, poderão ser instaladas até 74 macas, além de espaço para uma equipe médica. O KC-390 também terá seus sistemas de controle de voo totalmente elétricos (fly-by-wire) e uma eletrônica embarcada de última geração, compatível com sistemas de visão noturna e com sistemas de autoproteção contra mísseis.

Fonte: Agência Força Aérea









A ideia de substituir o C-130 uma aeronave operacional, com inúmeras qualidades e operacionalidades, tarefa difícil para homens bastante empenhados a vencer este desafio, desafio que vai alem da imaginação de muita gente como por exemplo: Pousar na Base aérea de Cachimbo, em pistas de barro, terra, gelo, Não podemos nos esquecer da Antártida, onde durante aproximadamente 2 meses do meio do ano não chegam suprimentos nem mesmo de navio, onde a aeronave não pousa e faz lançamento de cargas, ou mesmo quando pousa, o desembarque da carga e rápido por conta do congelamento...







Tarefa difícil!!!!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Avião da TAM retorna ao aeroporto de Brasília após apresentar problemas técnicos

Empresa aérea nega que pouso tenha sido forçado ou de emergência.


Avião decolou por volta das 6h da manhã e seguiria para Congonhas (SP).


O voo 4723 da TAM Linhas Aéreas precisou retornar ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek, em Brasília, após apresentar problemas técnicos na manhã desta quinta-feira (27). A empresa negou que o pouso tenha sido forçado ou de emergência. A companhia aérea ainda informou que a aeronave pousou com segurança no aeroporto.


O Airbus A320-214, prefixo PR-MHS, decolou por volta das 6h da manhã e seguiria para Congonhas, em São Paulo. De acordo com funcionários da empresa, o piloto teria percebido o problema cerca de 30 minutos depois da decolagem. A empresa comunicou que todos os passageiros serão reacomodados nos próximos voos da companhia.


A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) informou que houve um pouso de emergência, mas disse que apenas a empresa poderia se pronunciar sobre o caso.


Confira a íntegra da nota da TAM Linhas Aéreas:


“A TAM esclarece que a aeronave que realizava o voo 4723 na manhã desta quinta-feira (27), com destino a São Paulo/Congonhas, retornou ao seu aeroporto de origem (Brasília), em decorrência de problemas técnicos da aeronave. O pouso ocorreu em segurança e todos os passageiros serão reacomodados no próximo voo da companhia. A TAM lamenta os transtornos causados aos clientes”

Fonte: G1

PF apreende 3 aviões em operação contra tráfico internacional de drogas


Quadrilha usava os aviões para transportar a droga da Bolívia para MT.

A operação acontece também em Mato Grosso do Sul e São Paulo.


A Polícia Federal em Mato Grosso apreendeu três aviões que supostamente eram utilizados por traficantes para entrar em Mato Grosso com droga vinda da Bolívia. As apreensões fazem parte da operação ‘Ouro Branco’, deflagrada na madrugada desta quinta-feira (27) nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

De acordo com a PF, as investigações duraram cerca de um ano e a operação tem como objetivo desmantelar uma quadrilha que trazia droga da Bolívia. Ao todo devem ser cumpridos oito mandados de prisão e outros oito de busca em apreensão.

Ainda segundo a Polícia Federal, a organização criminosa utilizava como base de recebimento, transporte e distribuição da droga uma fazenda situada na região pantaneira do distrito de Ouro Branco do Sul, no município de Itiquira, a 359 quilômetros de Cuiabá.

Durante as investigações foram apreendidos cerca de 1.200 quilos de pasta base de cocaína e realizadas três prisões em flagrante. Segundo a polícia, o chefe e os principais integrantes da quadrilha foram identificados e devem responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, com penas que podem chegar a 25 anos de prisão.

Fonte: G1

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ex-reserva do goleiro Zetti no Santos hoje é piloto de avião

Reserva do goleiro no Santos, entre 1994 e 2000, Nando hoje busca voos mais altos, literalmente



Quando era considerado uma das grandes revelações do Santos na posição, Antonio Fernando Remiro Barroso nunca foi chamado de goleiro voador. Não pulava na bola desnecessariamente. Tinha imagem discreta. Por isso, chegaria longe, diziam os responsáveis pelas categorias de base na Vila.



Sim, ele é voador e foi longe. Mas não no futebol. Nando, atualmente com 37 anos, integrou o elenco profissional do Peixe entre 1994 e 2000. Hoje é piloto de Airbus e comanda voos nacionais e internacionais para a TAM. “Não tenho arrependimentos. Realizei os meus dois sonhos de infância. Joguei futebol e consegui me tornar piloto de avião”, reflete.

Os jovens estão desculpados se não tiverem a imagem dele na cabeça. Mas é provável que os torcedores veteranos se lembrem do tempo em que era chamado de o futuro camisa 1 titular do Alvinegro. A partir do momento em que chegou ao clube, em 1988, aos 14 anos, foi preparado para isso. Tinha tudo para dar certo. Foi titular no infantil, juvenil e juniores. Quando chegou à equipe principal, não conseguiu se firmar. "Lamento não ter tido oportunidade. Era uma época diferente, o Santos estava na fila e ninguém tinha paciência com garotos."

Conselho

Mesmo assim, conseguiu ser campeão. Era reserva de Zetti na conquista da Copa Conmebol de 1998. Pouco para em quem se apostava tanto. “Acho que o Nando precisa sair. Ele tem de jogar”, aconselhou o titular, no ano seguinte.

Ele ficou numa encruzilhada. Esperar em Santos pela realização da promessa que escutou durante anos ou buscar outra vida? “Depois que saí da Vila, percebi que dificilmente conseguiria voltar a um clube grande.” Era hora de alçar outros voos. Passou por São José e Independente, entre outras equipes do interior.

Havia realizado o desejo de ser titular, mas é difícil, para quem se acostumou às mordomias de um time de porte, peregrinar por pequenas agremiações. Ainda mais para quem havia sido uma promessa. Num momento em que os jogadores se desmotivam, gastam tempo esperando a carreira acabar ou se preparam para o manjado curso de educação física, Nando se reinventou. Da expressão goleiro voador, ficaria apenas a segunda palavra.

"Passando de carro por Limeira (SP), vi um outdoor anunciando curso para pilotagem de avião." Num impulso, se matriculou. Frequentou as aulas, mas não faria a prova final por causa dos jogos. Uma fratura num osso da face o salvou do futebol. Deu-lhe a chance de passar no teste e embarcar na carreira de aviador.

Nova carreira

"Meu pai sempre foi apaixonado por aviões. Meu irmão é piloto. Peguei gosto. Fiquei algum tempo no futebol, mas resolvi parar e me dedicar à nova carreira."

Dezenove anos após ter deixado Barretos (SP) para começar a vida debaixo das traves, Nando passou a ter contato com jogadores de outra forma. apenas em aeroportos. Nada de treinos e concentrações, a não ser a espera pelo chamado para pilotar alguma aeronave de grande porte. "Aos poucos, você vai deixando de lado as coisas que um dia quis. Já encontrei algumas pessoas do futebol depois de virar piloto. Como o Marcelo Martelotte (ex-goleiro de Bragantino, Santos e auxiliar de Muricy Ramalho). Ele tomou um susto", diz.

Exatamente o oposto ocorreu com o pai. Ele sempre quis ter um filho comandante. Tem dois. Um deles, goleiro voador.

Entrevista

Nando_Piloto de avião e ex-goleiro do Santos

'Pilotar avião e jogar no gol são duas funções que não permitem erros'

DIÁRIO_ Como foi a transição de goleiro para piloto?

NANDO_ Mais fácil do que se pode pensar, embora sejam carreiras tão distintas. Meu pai sempre adorou aviões. Só não foi piloto porque meu avô não apoiou. Tenho um irmão que seguiu essa vida. Estava acostumado a conviver com isso.

Você era uma grande aposta do clube. Por que você não teve mais chances ou uma sequência de partidas?

Goleiro é complicado. Os titulares da minha época foram Edinho, Zetti, Sérgio... Eles não davam brechas, não se machucavam. Minha maior sequência foi de dois jogos, quando o Zetti teve uma operação no joelho.

Fica aquela sensação do que poderia ter acontecido com a sua carreira se tivesse insistido no futebol ou ficado um pouco mais no Santos?

Prefiro pensar que fiz as coisas que pretendi fazer na vida. Quando decidi começar o curso de aviação, achei que seria só um passatempo, mas as portas foram se abrindo. Na época da prova, tive uma contusão e fiquei 30 dias parado. Se estivesse jogando na quinta-feira e no domingo, não conseguiria ter feito o teste.

Talvez hoje seja natural, mas, na época, quando você disse que abandonaria o futebol para ser piloto de avião, as pessoas se assustaram?

Ah, sim. São duas áreas que não têm nenhuma ligação. Mas as pessoas que me conheciam mais de perto já sabiam que a minha família gostava do ramo da aviação. E eu também. Tinha tanto contato quanto era possível. São duas funções que não permitem erros, piloto e goleiro (risos)...

Fonte: Alex Sabino/Diário SP - Foto: Fernando Pilatos/Diário SP

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Empresa mostra projeto de jato de US$ 14,9 mi para 2015



A Cessna Aircraft Company, representada pela TAM aviação executiva no Brasil, anunciou nos Estados Unidos o lançamento do Latitude, novo jato com capacidade para dois pilotos e até oito passageiros. Segundo a TAM, a aeronave da família Citation terá preço inicial de US$ 14,9 milhões e o primeiro voo do protótipo deve acontecer em meados de 2014.



O avião terá velocidade máxima de 819 km/h e um alcance de 3704 km. O projeto do Latitude prevê que o avião possa atingir uma altura máxima de 45 mil pés, subindo direto 23 mil pés em 23 minutos.

As maiores novidades estão do lado de dentro da cabine, segundo a companhia. O chão será totalmente plano e sem ressaltos ao longo dos 4,87 m que vão do cockpit até o lavatório da cabine de passageiros. O avião também contará com um sistema eletrônico inteligente, que pode reunir dados e comunicação, tudo conectado por fibra óptica e controlado a partir do assento.

Para os pilotos, a novidade é uma aviônica de última geração, baseada no novo Garmin G5000, totalmente integrado em três telas principais multifunção e quatro painéis de controle touch-screen, além de um sistema de controle de voo duplo, radar meteorológico com detector de turbulência e capacidade vertical de scan.



terça-feira, 11 de outubro de 2011

Quanto tempo dura um avião comercial?

Responder à essa pergunta não é simples. Sendo uma máquina muito cara, obviamente uma aeronave deve durar muito tempo, para dar o melhor retorno financeiro possível ao seu operador. Todavia, ao final de muitos anos, ou algumas décadas, o seu fim, certamente, chegará.


O fabricante de uma aeronave, desde a fase de projeto, estima um limite de vida útil de suas aeronaves. Vários ítens, como estruturas, segurança, economia e exigências legais, influem na determinação da durabilidade de uma aeronave comercial.

A durabilidade da estrutura da aeronave é um fator fundamental para se estabelecer a sua vida útil. Uma aeronave sofre muitos tipos de esforços quando está em operação: pousos, turbulências, acelerações (fator carga), pressurização e despressurização, manobras, e outros.
A estrutura é feita para suportar tais esforços, mas não vai poder suportá-los para sempre, há um limite prático para isso.


Os engenheiro que projetam uma aeronave sabem que tipo de operação a aeronave vai fazer, as características do material de que é construída, os esforços que vai sofrer e podem estimar quanto tempo a aeronave pode voar sem sofrer reparos maiores. Mas os engenheiros sabem também que nenhuma máquina dura eternamente, e que vai chegar a um ponto no qual os reparos serão, tecnicamente ou economicamente, inviáveis.

A estrutura de uma aeronave sofre danos, durante o uso, que comprometem seu desempenho e segurança com o decorrer do tempo. Entre os principais problemas que afetam as estruturas, dois merecem destaque especial, a fadiga de material e a corrosão.

A fadiga é um processo físico, decorrente de esforços repetitivos no material. Se uma pessoa pegar um pedaço de arame de aço, por exemplo, e dobrá-lo repetidas vezes, ele vai se quebrar. O mesmo pode acontecer com todas as peças metálicas e algumas não metálicas dos aviões.

As partes estruturais de um avião mais sujeitas à fadiga são as longarinas das asas, as estruturas de apoio dos trens de pouso e as fuselagens pressurizadas.


As longarinas das asas são um ótimo exemplo do efeito de fadiga de material, já que, enquanto o avião está voando, as asas sustentam o peso do avião, e enquanto o avião está no solo, é o avião que sustenta o peso das suas asas. São esforços de flexão em sentidos opostos, que se repetem a cada voo que o avião faz. Como as peças que suportam esses esforços da asa são as longarinas, elas estão sujeitas à fadiga depois de um certo tempo de operação.





Embora o tempo no qual a fadiga das longarinas ocorre seja previsto pelos engenheiros, às vezes ocorre falha prematura, e com resultados catastróficos. Falhas prematuras ocorrem geralmente por carga excessiva, ultrapassagem de limites operacionais de velocidade ou manobra e operação em condições não previstas pelos fabricantes, mas podem ocorrer também em condições normais de voo, por erro dos projetistas ou por deficências de material.



Substituição ou reparo de longarinas afetadas por fadiga são procedimentos extremamente dispendiosos, e muito raramente são viáveis economicamente, o que condena a célula inteira para o uso e força a retirada definitiva de serviço da aeronave.

A fadiga nas fuselagens pressurizadas ocorre com muita frequência, pois uma aeronave comercial é pressurizada e despressurizada a cada voo, causando esforços em milhares de peças que compõem a fuselagem. É natural que ocorra fadiga, especialmente em aeronaves de voo doméstico ou regional, que pousam e decolam várias vezes no mesmo dia.

A fadiga na fuselagem causada pela pressurização é tão relevante que as aeronaves comerciais possuem limites de operação por ciclos de voo, e não por horas de operação. Cada ciclo corresponde a uma decolagem, um voo e um pouso, correspondendo a uma pressurização e a uma despressurização da cabine.

Uma aeronave de porte médio, como um Boeing 737 ou um Airbus A320, por exemplo, terá um número de ciclos muito mais próximo ao número de horas de voo do que um jato grande, como um Boeing 747, que faz voos de muitas horas em rotas internacionais. Teoricamente, a fadiga por pressurização deveria ser muito maior nas aeronaves de porte médio mas, como as deformações na fuselagem, resultantes da pressurização na cabine, são maiores nas aeronaves de grande porte, essas sofrem mais fadiga por ciclo que uma de porte médio.

Como, em geral, cada ciclo corresponde a um pouso completo, a fadiga nas estruturas que suportam os trens de pouso também é maior nas aeronaves de porte médio. Por isso, os projetistas colocam estruturas reforçadas nesse tipo de aeronave, para evitar que danos de reparo dispendioso encurtem a vida útil do avião.

Além da fadiga de material, outro grande fator limitador da vida útil do avião é a corrosão. A corrosão é um processo químico que afeta especialmente as estruturas metálicas, mas que pode atingir qualquer tipo de material, incluindo composites, plásticos, borrachas e equipamentos eletrônicos.

A corrosão dos metais é a transformação desses em outros compostos, em geral óxidos, por exposição direta ao ar ou por processos eletroquímicos ou eletrolíticos. Essa transformação degrada os metais e suas ligas e diminuem drasticamente a sua resistência mecânica.


Embora as superfícies metálicas dos aviões sejam protegidas por pintura, anodização ou  produtos químicos, com a passagem do tempo essa proteção perde a eficiência e as estruturas podem sofrer corrosão, comprometendo a sua vida útil. Como ligas de alumínio podem sofrer corrosão em sua estrutura molecular interna, a chamada corrosão intergranular, o risco de ocorrer falhas catastróficas é grande em aeronaves mais antigas e/ou expostas a condições adversas, como atmosfera salina e úmida, por exemplo.

A corrosão intergranular, uma das formas mais destrutivas de corrosão, não é exclusiva das ligas de alumínio, pois ocorre também com o ferro e o aço, inclusive o aço inoxidável.



Um exemplo clássico de acidente relacionado tanto com a fadiga quanto com a corrosão foi o ocorrido com o Boeing 737-200 matriculado N73711, que fazia o voo 243 da Aloha Airlines em 28 de abril de 1988. Essa aeronave perdeu grande parte da fuselagem, na parte dianteira da cabine de passageiros. Apesar do grande dano, os pilotos conseguiram pousar a aeronave no Aeroporto de Kahului, no Havaí. O nariz baixou 5 graus, os cabos de comando ficaram quase travados, mas o pouso foi bem sucedido. Uma comissária, Clarabelle Lansing, estava recolhendo o serviço de bordo e acabou sendo sugada para fora do avião. Foi a única vítima fatal, mas 65 passageiros acabaram sofrendo ferimentos médios e leves.




O Boeing da Aloha foi sucateado. A falha fatal foi consequência tanto da corrosão marítima quanto da fadiga. O avião tinha nada menos que 89 mil ciclos, voados em geral a baixa altura acima do oceano no arquipélago do Havaí, uma atmosfera altamente salina e corrosiva. Foi uma combinação fatal, mas que deixou grandes ensinamentos.

Quando uma aeronave vai ficando mais velha, torna-se necessário executar custosas e demoradas inspeções e reparos nas partes danificadas. É usual reforçar o revestimento da fuselagem, por exemplo, com chapas sobrepostas às chapas danificadas, o que resolve o problema, mas cria outro, pois acrescenta mais peso ao avião.

Aeronaves muito antigas podem ter sua capacidade de carga e de passageiros reduzida, devido ao peso dos reforços estruturais e reparos introduzidos na estrutura, ao longo da sua vida útil.




O resultado prático do envelhecimento do avião é o custo cada vez mais alto de manutenção e a disponibilidade para o voo cada vez menor. Embora isso possa ser parcialmente compensado por preços de aquisição ou de leasing menores, chegará certamente a hora em que a empresa não mais conseguirá manter a aeronave em operação.

Exigências legais e ambientais também podem trazer problemas para manter aeronaves antigas em voo, assim como Diretrizes de Aeronavegabilidade (AD - Airworthiness Directives) emitidas pelos fabricantes. Se o custo de se modificar ou reparar a aeronave, para que a mesma se adeque aos requisitos legais ou para cumprir ADs, for muito elevado, certamente compensará mais desmontá-la para aproveitamento de componentes ou vendê-la como sucata.

Uma preocupação adicional com as velhas aeronaves veio com o acidente do voo TWA 800. Essa aeronave era um velho Boeing 747, que explodiu no ar após decolar de Nova York, sem qualquer aviso, em 1996. O acidente foi causado pela explosão do tanque central, que estava quase sem combustível. O tanque, superaquecido pelas packs do sistema pneumático, estava repleto de vapor altamente inflamável, e uma faísca elétrica, resultante de cabos com isolamento corroído, provocou uma explosão catastrófica. Verificou-se, depois, que poderiam haver de 220 a 2.000 fissuras nos cabos elétricos de uma aeronave tão antiga quanto o 747 da TWA, que tinha 26 anos de operação. Isso era devido à corrosão do revestimento dos cabos.

A retirada prematura de serviço de aviões comerciais pode acontecer também em razão de evoluções tecnológicas. Um exemplo bem claro disso aconteceu no início da década de 1960, quando os grandes aviões a pistão de voo internacional, como os Lockheed Super Constellation e Douglas DC-7, foram substituídos pelos jatos. Grandes demais para serem utilizados como aviões domésticos, tiveram vida útil extremamente curta, de cinco anos ou até menos.

Em geral, a vida útil prevista para uma aeronave construída hoje é de cerca de 30 anos. É bem maior que a prevista para aeronaves mais antigas, e pode ser prorrogada no futuro. Afinal, algumas aeronaves antigas tiveram uma sobrevida muito longa, durando muito mais tempo que o previsto pelos projetistas. São exemplos de aeronaves longevas os Boeing 707, 727 e 737, e os Douglas DC-8. Alguns exemplares já passam dos 40 anos de uso e ainda permanecem em serviço.

Fonte:
Blog Cultura Aeronáutica

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

País tem recorde de acidentes aéreos


Foram registrados 125 casos até sexta-feira; helicópteros, que são 10% da frota, já respondem por 18% das quedas em todo o Brasil

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) registrou 125 acidentes aéreos no País até o dia 30, volume que ultrapassou os 110 ocorridos em todo o ano de 2010. Trata-se de número recorde desde o início da série histórica, em 2001. O recorde anterior havia sido em 2009, com 113 acidentes. E nos números atuais ainda não estão computados os dois acidentes ocorridos no primeiro fim de semana de outubro, um deles no interior de São Paulo (com quarto mortos) e o outro em Curitiba, no Paraná. Os números não levam em conta os incidentes aeronáuticos, como pousos de emergência.

Helicópteros


Os acidentes com helicópteros, um meio de transporte que tem sido muito usado principalmente nas grandes cidades, crescem ano a ano. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recolhidos até o fim de julho, quando haviam sido registrados 89 dos 127 acidentes ocorridos até hoje, problemas com helicópteros representaram 18% do total, ou seja, dos 89 acidentes computados, 16 haviam sido com helicópteros (que respondem por 10% da frota aérea, com 1.553 aparelhos registrados).

O ex-ministro da Aeronáutica brigadeiro Mauro Gandra, um especialista do setor, atribui ainda o aumento do número de acidentes aéreos ao longo dos anos ao "esquartejamento dos setores de comando da aviação civil". Ele se refere particularmente ao período a partir de 2005, quando foi criada a Anac, em substituição ao Departamento de Aviação Civil (DAC), que ficava na Aeronáutica. Na sua opinião, vários órgãos passaram a funcionar de forma independente, sem diálogo entre si.

O brigadeiro observa que havia um respeito maior às regras ditadas pelo Cenipa, que tinham por objetivo prevenir fatores que levaram a um determinado acidente, voltassem a se repetir em outro. "Além disso, as partes passaram a não se falar", observou ele, lembrando que é preciso que as autoridades façam um "trabalho de formiguinha de conscientização da necessidade de prevenção de acidentes aeronáuticos", sobretudo em aeroclubes e escolas de pilotagem.

Motivos

Estudo realizado pelo Cenipa, levando em consideração todos os acidentes ocorridos entre 2001 e 2010, aponta que, na lista dos fatores que mais contribuíram para a ocorrência dos desastres aéreos lidera o julgamento de pilotagem. Trata-se da inadequada avaliação, por parte do piloto, de determinados aspectos relacionados à operação da aeronave, estando qualificado para operá-la.

O Cenipa sempre alerta que um acidente acontece por uma somatória de fatores. Em segundo lugar, a responsabilidade dos acidentes é atribuída à supervisão inadequada, pela gerência de não tripulantes, e em terceiro vem o planejamento do voo - seguido dos aspectos psicológicos.

Entre os 24 itens listados como fatores contribuintes, o controle do trafego aéreo aparece em último lugar, a manutenção das aeronaves vem em 7.º lugar, a instrução dos operadores da aeronave em 10.º e as condições meteorológicas adversas, em 11.º lugar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.